A coordenadora do Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (Crie) em Vitória e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Ana Paula Burian, destaca a importância vital da vacinação para bebês prematuros. Esses pequenos guerreiros, nascidos antes das 38 semanas de gestação, requerem atenção especial devido à maior vulnerabilidade a infecções, que pode ser de cinco a dez vezes superior à de outros recém-nascidos.
“Os bebês prematuros precisam de uma proteção reforçada, e tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto o setor privado oferecem vacinas específicas para atender a essa necessidade”, enfatiza Ana Paula Burian em sua comunicação à imprensa.
A imaturidade fisiológica desses bebês os torna mais propensos a reações adversas, enquanto sua imunidade subdesenvolvida os torna menos responsivos às vacinas. Ana Paula ressalta que a transferência de anticorpos da mãe para o bebê ocorre principalmente nos estágios finais da gestação, o que significa que bebês prematuros não recebem totalmente essa proteção, tornando a vacinação ainda mais crucial.
As orientações das sociedades médicas brasileiras enfatizam a importância de proteger esses bebês da maneira mais suave possível. “Para os prematuros, é essencial minimizar reações adversas enquanto maximizamos a proteção”, destaca a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O calendário vacinal para bebês prematuros é cuidadosamente adaptado para oferecer a máxima proteção. Tanto no SUS quanto no setor privado, existem vacinas específicas, como a pentavalente, pólio injetável, rotavírus e pneumocócica conjugada, administradas em momentos estratégicos nos primeiros meses de vida.
Além disso, centros especializados como os de Referência em Imunobiológicos Especiais oferecem vacinas específicas, como a hexavalente acelular, que reduz o número de doses e minimiza reações, exclusivamente para bebês prematuros extremos nascidos antes de 33 semanas ou com peso inferior a 1,5 quilo.
Ana Paula Burian enfatiza a importância de seguir rigorosamente o calendário de vacinação, mesmo para bebês prematuros internados em UTIs públicas ou privadas. A coordenação entre instituições de saúde e as autoridades municipais é crucial para garantir que esses bebês recebam as vacinas adequadas, reduzindo o risco de complicações devido à vulnerabilidade desses pequenos lutadores.