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Pesquisa busca otimizar tratamento contra neuroblastoma, reduzindo custos e doses de medicamento

Em uma comovente campanha pela saúde de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira e da antropóloga Beatriz Matos, foi ressaltada a urgente necessidade de disponibilizar tratamentos oncológicos que ainda não estão acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pedro, um menino de apenas cinco anos, foi diagnosticado com neuroblastoma em estágio 4, uma condição desafiadora que requer tratamento intensivo. Após um autotransplante de medula óssea, ele precisará de um medicamento cujo custo pode atingir a impressionante marca de R$ 2 milhões.

Esse medicamento é o betadinutuximabe, comercializado no Brasil como Qarziba. O composto está sendo objeto de estudo na Universidade de São Paulo (USP) e no Hospital Israelita Albert Einstein, onde pesquisadores trabalham arduamente para reduzir sua dosagem em até 20% em comparação com o medicamento atualmente importado para o tratamento. Um dos médicos engajados nesse estudo é o renomado especialista em câncer infantil, Vicente Odone Filho, do Hospital Albert Einstein.

Segundo o Dr. Odone Filho, o neuroblastoma é uma doença que desafia incessantemente os cientistas, levando-os a buscar novas soluções através de métodos convencionais de tratamento do câncer, como quimioterapia, cirurgia, radioterapia e, mais recentemente, transplantes de medula óssea. A introdução de recursos imunoterápicos tem demonstrado um impacto significativo no tratamento da doença em estágios avançados.

No caso do neuroblastoma, a imunoterapia é conhecida como anti-GD2, um anticorpo presente nas células afetadas e em algumas outras células. O uso desse anticorpo permite uma ação direta sobre as substâncias responsáveis pelo crescimento das células tumorais, resultando em sua destruição. O betadinutuximabe já possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, mas ainda não faz parte da lista de medicamentos especiais disponíveis pelo SUS devido ao seu elevado custo.

O Dr. Odone explicou: “Isso tem sido um desafio significativo para todos os envolvidos no tratamento dessa doença, pois lutamos para torná-lo acessível a todas as crianças que necessitam. Existem três apresentações comerciais disponíveis deste medicamento, todas com efeitos semelhantes, sem superioridade entre elas.”

Os pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein e da USP estão atualmente desenvolvendo um protocolo de investigação com o objetivo de utilizar o medicamento de forma mais eficiente. “Se esse protocolo for bem-sucedido, poderemos administrar uma dose muito menor de Qarziba, reduzindo em cerca de 20% os custos associados. Ainda assim, será um medicamento caro, mas a redução da dose facilitaria sua disponibilidade”, afirmou o Dr. Odone Filho, destacando a importância de recursos para viabilizar a pesquisa.

A estimativa para a obtenção de resultados científicos substanciais é de aproximadamente dois anos. Embora seja um período longo para quem necessita de tratamento imediato, é crucial para fornecer informações precisas a todos os envolvidos.

De acordo com o especialista do Albert Einstein, crianças como Pedro, que passam pelo tratamento intensivo para o neuroblastoma em estágio 4, têm uma chance de sobrevida 20% maior do que com os métodos tradicionais.

Ele também destacou que a jornada em direção a uma solução não se resume apenas ao Qarziba, mas envolve aumentar o número de crianças que podem se beneficiar desse medicamento. Atualmente, já existem testes para utilizá-lo em estágios iniciais, mas o Dr. Odone enfatizou que não é uma “panaceia” universal, devendo ser aplicado após uma resposta a outros tratamentos.

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