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Pais de autistas preocupados com impacto de fogos de artifício e música alta nas festas de fim de ano

A celebração tradicional do fim de ano traz consigo uma mistura de alegria e preocupação para os pais de crianças autistas atendidas no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). Enquanto as festividades incluem fogos de artifício espetaculares e músicas animadas, esses elementos sensoriais podem desencadear mudanças bruscas no comportamento de seus filhos, gerando desconforto tanto para as crianças quanto para aqueles que cuidam delas.

Sofia Martins, psicóloga da clínica intelectual do Crer, esclarece por que os sons altos afetam de maneira única as crianças autistas: “As crianças no espectro autista geralmente têm uma maneira diferente de processar estímulos sensoriais, e quando esses estímulos ocorrem em uma intensidade que elas não estão acostumadas, pode ocorrer uma desregulação emocional, levando a choros, gritos ou agitação”.

Acácio Pedrollo, pai de Luísa, uma das crianças que frequentam as terapias oferecidas na unidade, como fonoaudiologia, terapia ocupacional, arteterapia e musicoterapia, expressa sua preocupação com a falta de empatia das pessoas em relação à situação das crianças autistas durante as festividades. Ele afirma: “Tive que colocar um cartaz na porta da minha casa para informar sobre a condição da minha filha, e mesmo assim muitos não se importam. Entendo que as pessoas queiram celebrar, o que é totalmente compreensível, mas seria de grande ajuda se pudessem reduzir um pouco o volume e tomar precauções com os fogos de artifício”.

Cada caso de autismo é único, e as reações das crianças autistas aos ruídos intensos podem variar. Sofia, a psicóloga do Crer, enfatiza a importância de gradualmente habituar as crianças a estímulos sensoriais que podem encontrar na sociedade, para que essas situações não as surpreendam de maneira tão intensa durante festividades.

Fernanda Santos, mãe de Davi, outro paciente da clínica, compartilha suas experiências: “Devido aos festejos de Natal, já estamos há dois dias sem dormir. Davi tem hipersensibilidade auditiva e sofre muito com os fogos de artifício. Qualquer quebra na rotina dele torna as coisas muito complicadas. Tentamos passar as festas em casa para evitar que ele fique excessivamente agitado. Hoje em dia, a comemoração dessas datas perdeu um pouco do seu significado para nós”.

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