O Governo de Goiás está no centro de uma nova controvérsia política após a divulgação de uma pesquisa eleitoral pró-Daniel Vilela (MDB) no site oficial da vice-governadoria do Estado. A publicação, que destacava a liderança do vice-governador na corrida pelo Palácio das Esmeraldas em 2026, foi removida após forte repercussão e acusações de uso indevido da máquina pública para autopromoção.
A divulgação do levantamento levanta suspeitas de improbidade administrativa e abuso de poder, colocando a gestão estadual sob escrutínio. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pode ser acionado para investigar se houve desvio de finalidade na utilização de um canal institucional para promover um pré-candidato ao governo estadual.

Site oficial ou campanha eleitoral disfarçada?
A publicação no portal da vice-governadoria não se limitava a apresentar dados estatísticos sobre as intenções de voto. O texto utilizava linguagem favorável a Daniel Vilela, reforçando sua ligação com o governador Ronaldo Caiado (UB) e destacando que ele já despontava como o principal nome da base governista.
O levantamento do Goiás Pesquisas apontava Vilela na liderança, com 26,12% das intenções de voto, seguido pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), com 16,75%. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) aparecia em terceiro lugar, com 11,37%, seguida pelo senador Wilder Morais (PL), com 9,87%.
A presença de termos elogiosos e análises que favorecem a imagem do vice-governador reforçam as suspeitas de que o governo pode ter violado os princípios da impessoalidade e moralidade na administração pública, conforme estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal.
Governo recua e tenta minimizar impacto, mas explicação não convence
Após a repercussão negativa, a vice-governadoria de Goiás publicou uma nota oficial, alegando que a publicação ocorreu “por um erro individual” e que foi removida assim que identificada.
Entretanto, especialistas em direito administrativo apontam que o fato da publicação ter sido elaborada, revisada e divulgada dentro de um portal governamental já representa um indício de desvio de finalidade.
A alegação de erro individual não exclui a possibilidade de irregularidade, uma vez que o episódio expõe a fragilidade nos mecanismos de controle da comunicação institucional do governo.
Ministério Público deve intervir? Especialistas analisam possíveis sanções
O caso pode ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MP-GO), que tem competência para apurar improbidade administrativa e uso indevido de recursos públicos. Se for comprovado que houve promoção eleitoral indevida, os envolvidos podem enfrentar penalidades, como:
✔️ Suspensão dos direitos políticos
✔️ Multas administrativas
✔️ Perda do cargo público
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) prevê que o uso da estrutura estatal para favorecimento pessoal ou eleitoral pode resultar em sanções severas.
Impacto político e possível desgaste para Vilela e Caiado
Com as eleições de 2026 se aproximando, o episódio pode impactar a imagem de Daniel Vilela, levantando questionamentos sobre sua conduta política e o uso da máquina pública para fins eleitorais.
O caso também gera repercussões para o governador Ronaldo Caiado, uma vez que sua base política já foi questionada anteriormente pelo uso de estruturas do governo para beneficiar aliados.
A oposição pode explorar o episódio para reforçar a necessidade de maior fiscalização sobre a transparência do governo estadual, tornando a disputa eleitoral ainda mais acirrada.
O Jornal VER7 continuará acompanhando os desdobramentos do caso e eventuais medidas adotadas pelos órgãos fiscalizadores.