A questão da proliferação do Aedes aegypti em Goiás ganhou novos contornos com os resultados de um estudo recente. Conduzido pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) identificou uma preocupante concentração de criadouros do mosquito transmissor de dengue, chikungunya e zika dentro dos lares goianos. Surpreendentemente, a maior parte desses focos se encontra no lixo domiciliar, descartado de maneira inadequada.
Perante essa realidade alarmante, o Governo de Goiás está convocando tanto a população quanto as autoridades municipais para adotarem práticas corretas de descarte de resíduos. Segundo Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, o sucesso no combate a essa ameaça depende de uma ação coordenada entre cidadãos e governos locais. O estudo aponta que um erro comum é o descarte conjunto de lixo seco e líquido, que pode resultar no acúmulo de água, criando um ambiente propício para o Aedes.
Além disso, Amorim ressalta a importância de um manejo adequado do lixo pela limpeza urbana, para impedir que áreas de descarte evoluam para grandes criadouros do mosquito. A vigilância constante e a utilização de tecnologias apropriadas são vitais neste processo.
Os números são alarmantes. Em 2023, foram registrados 64.160 casos de dengue, 2.274 de chikungunya e 29 de zika em Goiás. A circulação do tipo 3 do vírus da dengue, considerado mais agressivo e que já afetou o Brasil há cerca de 15 anos, eleva o risco de uma nova epidemia.
Para enfrentar este cenário, a SES-GO organizou uma equipe especial, conhecida como Sala de Situação, para monitorar e implementar medidas eficazes contra as arboviroses. Com reuniões semanais, este grupo foca em identificar e priorizar ações nos municípios mais afetados, intensificando o combate ao vetor.
A situação exige atenção redobrada aos sintomas de dengue, que incluem febre persistente, dor nos olhos, dores musculares, prostração e mal-estar generalizado. Sinais adicionais como tontura, redução da urina, vômitos, dor abdominal e dificuldade respiratória devem ser prontamente reportados aos serviços de saúde.
Este esforço conjunto entre governo, comunidade e serviços municipais visa não apenas controlar, mas prevenir a proliferação do Aedes aegypti, garantindo a saúde e o bem-estar da população de Goiás.