Por Gil Campos: Goiânia, 5 de dezembro de 2024 – O Projeto Bandeiras do Corredor, voltado ao monitoramento de mamíferos e aves terrestres na região Sudeste de Goiás, já identificou mais de 30 espécies animais em aproximadamente um ano e meio de execução. A ação é coordenada por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Aliança da Terra e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Desenvolvido no corredor ecológico entre os parques estaduais da Serra de Caldas Novas (Pescan) e da Mata Atlântica (Pema), o projeto busca entender a biodiversidade local e identificar a interação das espécies com seus habitats.
Fauna revelada pelas câmeras
De acordo com a pesquisadora Alessandra Bertassoni, coordenadora do projeto, os dados obtidos incluem registros de espécies abundantes e raras. “Quanto mais preservado é o ecossistema, mais espécies conseguimos observar, reforçando a importância da conservação”, explica.
Entre os registros capturados pelas câmeras de monitoramento destacam-se:
- Tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) com filhotes de diferentes idades;
- Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) demarcando território com urina;
- Mamãe tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) acompanhada por seus quatro filhotes gêmeos;
- Veado catingueiro (Subulo gouazoubira) com uma das patas feridas, possivelmente por colisão veicular;
- Gambá (Didelphis sp.) carregando seis filhotes nas costas;
- Espécies inéditas para o projeto, como o gavião-preto (Buteogallus urubitinga) e o tatu-de-rabo-mole (Cabassous sp).
Importância para a ciência e conservação
O Projeto Bandeiras do Corredor é o primeiro a monitorar a fauna nessa região estratégica, onde se encontram dois biomas goianos. Os dados coletados proporcionam um avanço significativo no conhecimento da ecologia e comportamento das espécies locais.
“O monitoramento não apenas amplia o entendimento sobre as espécies, mas também traz informações valiosas sobre as ameaças que enfrentam, como colisões veiculares, contribuindo para ações de conservação mais eficazes”, ressalta Bertassoni.
Além disso, os registros de reprodução, como os tamanduás-bandeira e as mamães tatu-galinha e gambá com seus filhotes, indicam que o ambiente estudado ainda oferece condições favoráveis à perpetuação das espécies.