Por Redação: Goiânia, 22 de dezembro de 2024 – O número de brasileiros morando sozinhos tem crescido significativamente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2023, divulgada pelo IBGE. Em 2012, os chamados domicílios unipessoais representavam 12,2% do total e, em 2023, esse percentual subiu para 18%, quase um em cada cinco lares do país.
Mudanças nos arranjos familiares
Enquanto os lares com apenas uma pessoa aumentaram, os arranjos familiares tradicionais apresentaram queda:
- Nucleares: Representam 65,9% dos domicílios em 2023, contra 68,3% em 2012.
- Estendidos: Lares com parentes adicionais passaram de 17,9% para 14,8%.
- Compostos: Residências compartilhadas por pessoas sem parentesco caíram de 1,6% para 1,3%.
De acordo com o economista Wiliam Araujo Kratochwill, o aumento dos domicílios unipessoais reflete mudanças sociais, como divórcios, jovens saindo da casa dos pais e pessoas que escolhem viver sozinhas.
Perfil dos domicílios unipessoais
O crescimento dos lares com apenas um morador é mais expressivo nas regiões:
- Sudeste e Centro-Oeste: Ambos com 18,9% de domicílios unipessoais.
- Norte: Registrou o menor índice, 13,9%.
A pesquisa revelou também que os homens representam 54,9% das pessoas que vivem sozinhas, enquanto as mulheres somam 45,1%.
Por faixa etária:
- 12,1% têm entre 15 e 29 anos.
- 47% têm entre 30 e 59 anos.
- 40,9% têm 60 anos ou mais, com predominância de mulheres idosas, muitas delas viúvas.
Crescimento dos aluguéis e redução de imóveis próprios
Outro dado relevante é o aumento no percentual de domicílios alugados. Entre 2016 e 2023:
- Domicílios próprios já pagos caíram de 66,7% para 62,3%.
- Domicílios alugados subiram de 18,5% para 22,4%.
Esse aumento reflete, segundo o IBGE, uma fragilidade econômica da população para adquirir imóveis e a ausência de políticas públicas eficazes para facilitar a compra de residências.
Análise crítica
Os dados da Pnad 2023 reforçam tendências sociais importantes, como a redução do tamanho das famílias e o aumento da independência residencial. Porém, o crescimento no número de aluguéis e a redução de imóveis próprios expõem desafios econômicos que impactam diretamente o acesso à moradia.
Além disso, o aumento no número de idosos vivendo sozinhos é um alerta para a necessidade de políticas públicas que assegurem a qualidade de vida e a inclusão dessa parcela da população. Questões como o custo habitacional, suporte social e acessibilidade precisam ser abordadas para garantir que essa realidade seja sustentável e digna.
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