Em um marco histórico para as relações comerciais entre Brasil e China, um total recorde de 38 unidades frigoríficas brasileiras recebeu autorização para exportar carnes ao gigante asiático, conforme anunciado pela Administração-Geral de Aduanas da China (GACC). Este anúncio ocorre em um ano emblemático, marcando o cinquentenário de relações diplomáticas entre os dois países.
Essas habilitações representam uma variedade sem precedentes de estabelecimentos, abrangendo oito abatedouros de frango, 24 de bovinos, um estabelecimento de termoprocessamento bovino e cinco entrepostos. Tal expansão sinaliza um avanço significativo no comércio bilateral, com a habilitação de unidades especializadas em carnes bovina, suína e de frango.
As avaliações para essas habilitações foram conduzidas de maneira inovadora, combinando inspeções remotas em janeiro deste ano e avaliações presenciais em dezembro do ano anterior, todas acompanhadas por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil.
Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura e Pecuária, enfatizou a importância deste evento tanto para o Brasil quanto para a China, destacando-o como um momento histórico para a agropecuária brasileira e as relações comerciais entre os dois países. Ele salientou os benefícios mútuos, como a garantia de carnes de qualidade a preços competitivos para a China e a promessa de geração de emprego e crescimento econômico para o Brasil.
A China se consolida como o principal destino das exportações brasileiras de carnes, tendo importado 2,2 milhões de toneladas em 2023, num total que ultrapassa US$ 8,2 bilhões. A liberação dessas novas plantas para exportação é resultado direto da decisão do governo chinês, uma decisão informada pelo esforço contínuo do Brasil em cumprir com os requisitos exigidos e promover suas unidades produtoras.
Roberto Perosa, Secretário de Comércio e Relações Internacionais, ressaltou o papel crucial das negociações lideradas por Carlos Fávaro e o trabalho conjunto do Ministério das Relações Exteriores e dos adidos agrícolas na Embaixada do Brasil na China para alcançar esse feito sem precedentes.
Adicionalmente, a revogação da medida antidumping sobre as exportações brasileiras de carne de frango pela China, que impunha sobretaxas significativas desde 2019, marcou outro avanço importante, potencializando a competitividade do Brasil no mercado chinês. Com a eliminação dessas sobretaxas, os produtores brasileiros enfrentam um horizonte ampliado para competir e expandir sua presença no mercado chinês, enfatizando a qualidade e credibilidade da agropecuária brasileira no cenário internacional.