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Atividade econômica brasileira apresenta queda de 0,64% no terceiro trimestre de 2023, indicando desaceleração

A economia brasileira enfrentou um declínio no terceiro trimestre deste ano, conforme apontado pelas recentes divulgações do Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) retraiu 0,64% entre julho e setembro em relação ao trimestre anterior, ajustado sazonalmente para refletir esse período.

Houve uma desaceleração progressiva do indicador, que já havia registrado uma redução de 0,85% no segundo trimestre, após um crescimento notável de 4,8% nos primeiros três meses do ano.

Comparativamente, em relação ao mesmo período do ano passado (julho a setembro de 2022), foi observado um aumento de 0,78% no terceiro trimestre de 2023 (sem ajuste sazonal, devido à comparação entre meses equivalentes).

No desempenho específico do mês de setembro de 2023, o IBC-Br apresentou uma diminuição de 0,06%, atingindo 146,42 pontos. Na análise em relação a setembro de 2022, houve um crescimento de 0,32% (também sem ajuste sazonal). No acumulado de 12 meses, o indicador apresentou um crescimento positivo de 2,5%.

O IBC-Br é uma ferramenta essencial para avaliar a evolução da atividade econômica do país, influenciando as decisões do BC sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 12,25% ao ano. Esse índice engloba informações sobre os níveis de atividade nos setores da indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

A Selic desempenha um papel fundamental nas metas de inflação do BC. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta essa taxa, o objetivo é conter uma demanda excessiva, o que repercute nos preços devido ao encarecimento do crédito e ao estímulo à poupança. Portanto, taxas mais elevadas contribuem para conter a inflação, mas também podem dificultar a atividade econômica e a expansão do mercado.

Para complementar, o comportamento dos preços já levou o BC a reduzir a Selic pela terceira vez no semestre, em um ciclo que pode seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Apesar do recente aumento da inflação na segunda metade do ano, esse cenário já era previsto por analistas.

Entretanto, o Copom indicou em um comunicado divulgado na semana passada a possibilidade de ajustes no tempo dos cortes, caso as condições tornem-se mais desafiadoras para reduzir os juros.

A diminuição da Selic geralmente resulta em crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo, o que tende a reduzir o controle sobre a inflação e estimular a atividade econômica. Ainda assim, os resultados do IBC-Br continuam evidenciando o impacto da postura contracionista adotada pelo BC.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas em um ciclo de aperto monetário, originado pelo aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, de agosto do ano passado a agosto deste ano.

Antes do início desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o patamar mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução foi uma resposta do Banco Central à contração econômica provocada pela pandemia de COVID-19, visando estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu nesse nível de agosto de 2020 a março de 2021.

O IBC-Br, divulgado mensalmente, utiliza uma metodologia distinta da empregada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), o indicador oficial da economia brasileira. O BC enfatiza que o índice “contribui para a formulação da estratégia da política monetária” do país, mas “não é precisamente uma prévia do PIB”.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB, com resultados trimestrais acima das projeções, registrou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre deste ano em comparação com os primeiros três meses de 2023. Na comparação com o segundo trimestre do ano anterior, a economia brasileira cresceu 3,4%.

O PIB acumula um aumento de 3,2% nos últimos 12 meses. No primeiro semestre de 2023, a alta registrada foi de 3,7%. Em 2022, o PIB brasileiro expandiu-se em 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.

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