13 de janeiro de 2025 – Por Gil Campos – A crise na segurança pública de Goiás chegou ao ápice nesta segunda-feira (13/1), quando a Polícia Civil realizou uma Assembleia Geral em frente à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em Goiânia. A categoria, apoiada por entidades como a Fendepol, o Sindepol-GO e a Adepol, denunciou o abandono por parte do governador Ronaldo Caiado e expôs as dificuldades enfrentadas no exercício de suas funções.
Pontos de insatisfação levantados pela categoria
Os policiais civis apresentaram uma lista de reivindicações que destacam a precariedade do setor e a ausência de ações concretas por parte do governo estadual. Entre os principais problemas estão:
- Defasagem salarial alarmante: Os agentes denunciam que possuem uma das remunerações mais baixas entre as forças de segurança, o que compromete o desempenho e a motivação da categoria.
- Condições de trabalho inadequadas: Delegacias sucateadas, falta de recursos e sobrecarga de funções dificultam o atendimento à população.
- Promessas não cumpridas: O plano de carreira, tão anunciado durante as campanhas eleitorais, foi descartado pela gestão Caiado, causando revolta entre os profissionais.
Desafios no sistema de segurança pública
Apesar de Goiás ser frequentemente citado como referência nacional no combate à criminalidade, lideranças policiais afirmam que esses resultados se devem ao esforço individual dos profissionais e não às políticas públicas. A falta de investimento e valorização ameaça desestruturar o sistema de segurança e comprometer a eficiência no combate à criminalidade organizada.
Renato Rick, presidente do Sinpol-GO, afirmou:
“A gestão de Ronaldo Caiado não apenas abandonou a Polícia Civil, mas também colocou em risco a segurança de toda a população goiana. Precisamos de valorização urgente para continuar protegendo a sociedade.”
Situação política de Caiado: inelegibilidade e rejeição
Além da crise na segurança pública, o governador Ronaldo Caiado enfrenta uma situação política delicada. Atualmente inelegível, ele vê seus planos de concorrer à Presidência em 2026 ameaçados. Nos bastidores, especula-se que Caiado pode disputar uma vaga ao Senado, mas as pesquisas recentes mostram baixa projeção eleitoral e rejeição crescente, o que dificulta qualquer plano futuro.
Entidades exigem ação imediata
A Fendepol, o Sindepol-GO e a Adepol emitiram comunicados reforçando a necessidade de um tratamento igualitário para todos os profissionais da segurança pública. Eles alertam que o desrespeito à Polícia Civil de Goiás pode comprometer a integração entre corporações e prejudicar diretamente a população.
“Os resultados positivos na segurança pública em Goiás só são possíveis graças ao trabalho árduo de Delegados, Agentes, Escrivães e Papiloscopistas. Ignorar a importância desses profissionais é negligenciar a segurança do estado,” destacou um porta-voz da Adepol.
O futuro da segurança pública em Goiás
A manifestação da Polícia Civil é um reflexo da insatisfação que ecoa em todo o estado. Sem mudanças estruturais e um compromisso real com a valorização dos profissionais, o sistema de segurança pública de Goiás pode enfrentar um colapso, colocando em risco a proteção da população.
