No contexto do Dia Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase, o Governo de Goiás, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), enfatiza a crucialidade do diagnóstico precoce da hanseníase. Essa medida é fundamental para prevenir o avanço dessa enfermidade infectocontagiosa, que pode resultar em deficiências físicas irreversíveis. A campanha “Janeiro Roxo” visa sensibilizar a população, combatendo o preconceito e o estigma associados à hanseníase. Em 2023, Goiás registrou 773 casos da doença.
A hanseníase se transmite principalmente pelo contato respiratório com indivíduos contaminados que ainda não iniciaram tratamento. Os sintomas frequentes incluem manchas na pele, alterações de sensibilidade (térmica, dolorosa, tátil), afecção de nervos periféricos, diminuição de pelos e suor, e nódulos vermelhos e doloridos.
Ana Lúcia Maroccolo, dermatologista especialista em hanseníase da SES, aconselha que qualquer pessoa com sintomas como insensibilidade ao toque, variações de temperatura, formigamentos, câimbras ou perda de força muscular deve procurar imediatamente uma unidade de saúde. Cerca de 8% dos casos são notificados tardiamente.
Observou-se uma redução no número de casos de hanseníase em Goiás nos últimos anos. Em 2019, foram 1.395 casos, contra 773 em 2023. Essa diminuição está parcialmente atribuída à queda nos diagnósticos durante a pandemia de Covid-19.
Em 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou novos testes para auxiliar no diagnóstico precoce da hanseníase, desenvolvidos pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Esses testes são especialmente recomendados para pessoas que convivem ou conviveram no mesmo domicílio de pacientes diagnosticados com hanseníase nos últimos cinco anos.
Goiás foi pioneiro na implementação desses testes rápidos. Em 2023, o estado recebeu 3.440 unidades do Ministério da Saúde, todas já distribuídas. Para 2024, está prevista a entrega de uma quantidade similar de testes.
Além disso, o governo estadual promove treinamentos contínuos para profissionais de saúde nos municípios. Destaca-se um projeto de enfrentamento à hanseníase, realizado em parceria com a UFG e o Ministério da Saúde, iniciado em 2020. Seu principal objetivo é capacitar médicos, enfermeiros e fisioterapeutas em várias cidades do interior do estado, focando no diagnóstico clínico e na avaliação neurológica, a fim de facilitar o diagnóstico, tratamento e manejo das complicações associadas à doença.
