As equipes que lutam contra o maior incêndio florestal registrado na Califórnia fizeram alguns progressos, mas a previsão do tempo para o resto da semana não é promissora, disseram as autoridades na quarta-feira.
Ele continuará muito quente e ventoso – condições que ajudam a espalhar fogo – até pelo menos a noite de sábado, informou o escritório do Serviço Nacional de Meteorologia na capital Sacramento.
“Fumaça e neblina continuarão a impactar o #norcal. Temperaturas mais altas e maiores preocupações com o clima de fogo no final desta semana”, disse a agência.
O furioso incêndio do Complexo Mendocino, composto por chamas gêmeas no norte do estado, já destruiu pouco mais de 300.000 acres (120.000 hectares) – aproximadamente o tamanho de Los Angeles – em menos de duas semanas. Na segunda-feira, tornou-se o maior incêndio florestal da Califórnia desde que a manutenção de registros começou há um século.
Cerca de 14 mil bombeiros, incluindo reforços de lugares tão distantes quanto a Austrália e a Nova Zelândia, estão combatendo a tempestade que continua com 47 por cento, informou a agência estatal Calfire em uma atualização às 14h (horário de Brasília). Isso é de 34 por cento 12 horas antes.
O Rio Fire do Complexo Mendocino está 81 por cento contido, tendo queimado 48.920 acres. Mas o incêndio de seu parceiro, o Ranch Fire, cresceu para 251.000 acres e está com apenas 46 por cento contido.
Uma mudança no clima pode fazer uma grande diferença para as equipes de combate a incêndios.
“O tempo foi um grande fator hoje e, devido aos ventos que cobrem a área de fogo, causou temperaturas mais baixas do que o previsto”, disse Calfire na noite de terça-feira.
“A redução de temperatura permitiu que as equipes continuassem com um trabalho valioso para conter a borda do perímetro de incêndio, diminuindo o crescimento do fogo”, acrescentou. As equipes usaram as temperaturas mais baixas para aumentar as linhas de contenção.
No geral, o incêndio do Complexo de Mendocino destruiu pelo menos 221 estruturas, 116 delas residências. Mais de 10.000 outras estruturas estão ameaçadas, de acordo com o CalFire.
O fogo do rancho, que representa o maior desafio, varreu as barreiras naturais, como rios, e um fosso escavado com maquinaria de movimentação de terras.
Helicópteros e aviões, incluindo dois maciços DC-10 e um jumbo 747, apoiaram os bombeiros com água nas chamas.
Duas pessoas morreram apenas naquele inferno, levando para 11 o número de pessoas mortas por grandes incêndios que estão se tornando uma constante no estado.
– Incêndios em 11 estados –
O incêndio de Carr, ao norte, perto da cidade de Redding, já engoliu mais de 173.000 acres desde o início de 23 de julho, matando sete pessoas até o momento.
Até o início da quarta-feira, os bombeiros conseguiram obter 47 por cento contidos.
Outro grande incêndio, Ferguson, deixou duas pessoas mortas e forçou o fechamento de parte do Parque Nacional de Yosemite. Atualmente, 43% estão contidos.
Somente na segunda-feira, 127 incêndios florestais atingiram 1,6 milhão de acres de terra em 11 estados, informou o Centro Nacional de Incêndios Interagentes.
Na Califórnia, dezenas de milhares de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas no mês passado, embora algumas tenham sido autorizadas a voltar atrás.
O Complexo Mendocino é o segundo incêndio a quebrar recordes na Califórnia em tantos anos, seguindo o Thomas Fire em dezembro de 2017 que destruiu 281.893 acres.
No sul do estado, perto de San Diego, centenas de pessoas se mobilizaram para atacar o Santo Fogo na Floresta Nacional de Cleveland.
Na segunda-feira, o Pentágono disse que enviaria 200 soldados para ajudar os bombeiros a combater as chamas nos estados ocidentais.
Cerca de 1.000 funcionários da Guarda Nacional estão apoiando operações de incêndio na Califórnia, com outros 450 em Oregon e 170 no estado de Washington, acrescentou.