Na busca por avanços significativos na identificação e combate às zoonoses da brucelose e tuberculose bovina, a Comissão Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose em Goiás realizará uma reunião crucial nesta quinta-feira (14/03). O encontro, agendado para iniciar às 9 horas no auditório da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em Goiânia (GO), reunirá diversos setores, incluindo representantes do poder público, entidades de classe, universidades e sindicatos.
Essa reunião marca o primeiro encontro do grupo no ano de 2024 e tem como propósito primordial a atualização do plano de ação para o ano em curso. Esta atualização envolverá a distribuição de tarefas específicas para cada órgão e entidade participante, visando a melhoria dos índices de identificação, controle e erradicação dessas duas importantes zoonoses em solo goiano.
De forma excepcional, a comissão contará com a presença de membros da Câmara Técnica de Conciliação da Cadeia Láctea, fortalecendo assim o planejamento estratégico conjunto.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destaca a importância desse esforço coletivo, enfatizando a sensibilização necessária em todas as frentes para a vacinação sistemática contra a brucelose, a notificação de casos suspeitos de tuberculose e brucelose, além do abate dos animais que testaram positivo. Ramos reitera a necessidade contínua desse trabalho coordenado para alcançar os objetivos propostos.
Rafael Vieira, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, explica que a comissão tem como função primordial promover reuniões trimestrais para discutir estratégias e diretrizes de trabalho no combate à brucelose e tuberculose em Goiás. Atualmente, o estado se encontra na categoria D em relação à brucelose, com mais de 10% das propriedades registrando focos da doença, um cenário preocupante que exige medidas urgentes.
O último estudo soroepidemiológico revelou que 18,7% das propriedades estudadas testaram positivo para brucelose, enquanto o índice de vacinação contra a doença permanece em apenas 41%, abaixo do ideal para efetivo controle da zoonose.
Em relação à tuberculose, Goiás apresenta um índice de prevalência mais baixo, 3,43%, situando-se na classificação de risco C. Contudo, para melhorar nesse aspecto, é necessário aprimorar a detecção dos focos da doença e tornar obrigatório o saneamento desses focos, uma vez que atualmente essas medidas não são compulsórias.
Rafael destaca ainda que a tuberculose não possui vacina nem cura, e ao ser identificada em um animal, este deve ser encaminhado imediatamente para o abatedouro, a fim de evitar a contaminação do restante do rebanho.