No último dia 6 de dezembro, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) alcançou a 12ª captação de órgãos desde o início de 2022, reafirmando seu papel como referência no estado. A ação, que envolveu a captação de rins, baço e córneas, teve uma duração aproximada de cinco horas e contou com o apoio fundamental da equipe da Central Estadual de Transplantes (CET). O transporte dos órgãos de Goiânia para Uruaçu foi realizado por meio do avião do Serviço Aéreo do Estado de Goiás (SAEG).
Este ano, Goiás atingiu um recorde histórico com 98 famílias doadoras, um reflexo significativo do avanço e da sensibilidade demonstrada pelas famílias. O HCN já realizou seis captações apenas neste ano, sendo esta a segunda em menos de 15 dias.
A doadora, uma jovem de 21 anos vítima de um acidente automobilístico, teve todo o suporte da equipe multidisciplinar e médica do HCN desde sua chegada ao hospital até a realização do procedimento. Psicólogos e assistentes sociais estiveram presentes para amparar e acompanhar a família durante todo o processo delicado.
Katiuscia Freitas, gerente da Central Estadual de Transplantes, destacou que o progresso nos números de doações em Goiás é resultado não apenas da sensibilidade das famílias doadoras, mas também dos investimentos em treinamentos e capacitações para as equipes envolvidas. Freitas ressalta a importância de conscientizar a população sobre a doação de órgãos, enfatizando que cada doação representa uma nova chance de vida para aqueles que aguardam na fila de espera por um transplante.
Leide Vaniele Ribeiro Santos, coordenadora de enfermagem da UTI Adulto do HCN, ressalta que o gesto de doação de um mesmo doador pode beneficiar várias pessoas, salvando milhares de vidas. Destaca ainda a importância de discutir e incentivar a doação, pois para muitos, o transplante é a única esperança.
A unidade em Uruaçu, administrada pelo Governo de Goiás e pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimentos (Imed), instrui e orienta familiares e pacientes sobre a relevância de se tornar um doador. A equipe multidisciplinar da comissão responsável, composta por profissionais de diversos setores, presta suporte às famílias, contribuindo para a efetivação das captações.
Em relação à fila de espera, o Brasil conta com cerca de 58 mil pessoas aguardando por um transplante de órgão, sendo 28 mil na espera por um rim e 19 mil por uma córnea. Como o segundo país com mais transplantes no mundo, o Brasil realiza distribuições dos órgãos doados aos pacientes conforme critérios como compatibilidade, urgência e avaliação médica.
No Brasil, não é necessário deixar nada por escrito para ser doador, apenas conversar com a família sobre o desejo de doar os órgãos após o falecimento.